sexta-feira, 2 de março de 2012


O Tirador


O Tirador é uma espécie de avental de couro macio que os laçadores usam
pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger a bombacha e a perna no
ato de cinchar.
A palavra “tirador” vem da expressão “tirão”: golpe ou puxão inesperado que
recebe o animal quando o laçador, de a pé, firma o laço para segurar a rês.
Mesmo quando não está em serviço, o homem da fronteira usa o Tirador como
parte da vestimenta, que por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos
e coldre. Já o gaúcho serrano não tinha o Tirador como parte de sua
indumentária, mas passou a usá-lo como pilcha nos rodeios crioulos dos CTGs.
E eu, que nunca fui da lida campeira, por que estaria tratando disso, se
nunca tive um Tirador e nem nunca usei um em toda minha vida?
“Digo, aos tradicionalistas do Paraná, que há um motivo para esta
exposição:” Se somos tradicionalistas é porque gostamos do que recebemos de
nossos ancestrais e fazemos questão de manter as tradições como nos foram
legadas.
Bueno, neste pequeno particular “do TIRADOR” venho notando que seu uso
está sendo desvirtuado porque não é correto usá-lo no lado direito, a menos
que o peão seja canhoto.
Qual peão da 1ª RT já não viu o Patrão Erton Bittencourt, laçando nos
Rodeios Crioulos, com seu Tirador pendente no lado esquerdo da cintura?
“Entonces”, não há de ver que o vivente entende de Tradição Gaúcha, tchê!
Desculpa válida (e tão somente) é quando chove barbaridade durante um Rodeio
e, o peão, no intento de proteger sua bombacha da lama, usar o Tirador na
direita, mas ao apear deve ajeitá-lo ao modo tradicional.
Que bom seria, para nossa cultura, se os patrões e os capatazes repassassem
estas informações para a gurizada, mostrando com um laço “de a pé” para
que entendam como é, e porque se usa o Tirador no lado esquerdo.
(Sem nunca ter dado um tiro de laço, fico a disposição das patronagens
cetegeanas para qualquer dúvida que tiverem a respeito).
Meu chasque, desta feita, é esse alerta para o cuidado que devemos ter com
nossos costumes. Pequenos erros podem, aos poucos, desvirtuar nossa
identidade sulista.
Oigalê!
Carlos Zatti – escrito
r

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