quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Um pouco da história do Ptg General Osório

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

2ª Cavalgada da Integração

Ser gaúcho,

muitas vezes não sabemos realmente o que é ser gaúcho, pois a a história não nos é contada, pelo menos não como deveria. Somos empurrados a uma cultura já pronta dos livros de Paixão Cortes, que sem dúvida tem seu valor, mas que nos rotulam e acabam discriminando aqueles que não são "exatamente" iguais as descrições que determinados movimentos adotam.







E daí tchê, onde ficam aqueles montes de gente, que não se enquadram neste rótulo feito, mas continuam com o coração batendo forte, quando se toma um mate, quando se vê uma cavalhada passar na cidade, quando o som do clarim faz tremer a alma do guerreiro dentro de cada vivente deste Sul, que é sim muito nosso.






Pois bem eu lhes digo, esse pessoal continua ai, solto, campo a fora, e mesmo sem saber, continua fazendo história nesta terra gaúcha. São homens, mulheres e crianças, que se unem no sentimento de guardar o que é mais precioso, mais importante, mais caro, sua origem. A História é escrita todo dia por essa gente simples. E não precisa ser 20 de Setembro, para ser gaúcho. Ser gaúcho é ser povo.







Por isso irmanados por este sentimento de integração, neste fim de semana, 19 e 20 de dezembro, o Piquete de Tradições Gaúchas General Osório, organizou a 2ª Cavalgada da Integração, que contou com a belíssima participação dos piquetes Pegada do Rio Grande, Rincão da Ferradura, Tiradentes e Marechal Osório Mirim.

A festa foi grande, da cidade de Jaguarão, ao interior do município, fomos para a Estância do Violão, propriedade do senhor Gervásio Di Primio, e sendo o pernoite da gauchada, organizado pelo diretor executivo da fazenda, o senhor Laumar Jorge Oliveira. Foi uma campereada para todos os gostos: calor, frio, chuva, distâncias boas no lombo do cavalo, "nobre amigo", não faltou o bom churrasco de rês e cerveja gelada.


terça-feira, 2 de março de 2010

2º Concurso de Redação do Piquete General Osório





Aberto a todos os alunos da rede de ensino de Jaguarão, devidamente matriculados no ano letivo de 2010.

O concurso abrange as seguintes categorias: Infantil - Alunos da 3ª Série à 5ª Série e Juvenil - Alunos da 6ª Série à 8ª Série;

As redações tem como tema: Lendas do Sul, e por objetivo resgatar nosso folclore.


As três redações de cada categoria receberão troféu e prêmios, além de um dia gaúcho, e serão premiados em festividade realizada pela patronagem do piquete.





Tibério Marques Schorn
Comissão Organizadora



REGULAMENTO DO CONCURSO

REGULAMENTO

Art. 1º. O 2º Concurso de Redação do Piquete General Osório é aberto a todos os alunos da rede de ensino de Jaguarão, devidamente matriculados no ano letivo de 2010, conforme este regulamento.

Art. 2º. O concurso abrange as seguintes categorias:
Infantil - Alunos da 3ª Série à 5ª Série do ensino fundamental;

Juvenil - Alunos da 6ª Série à 8ª Série do ensino fundamental;

Os alunos de escolas que estão passando pelo período de reestruturação do ensino fundamental, modificando o mesmo para nove anos, poderão participar do concurso, compreendendo que serão nivelados conforme o ensino fundamental de oito anos e distribuído em séries.

Art. 3º. As redações terão como tema: Lendas Gaúchas, sendo que os alunos da categoria infantil abordarão a Lenda do Negrinho do Pastoreio e os alunos da categoria juvenil a Lenda da Salamanca do Jaraú.

Art. 4º. O Concurso tem por objetivo resgatar a Lendas e Histórias da Região Sul, valorizando desta maneira o folclore gaúcho.

Art. 5º. As inscrições para o concurso poderão ser feitas na secretaria da escola, em documento próprio para esta, disponibilizado pela organização do concurso, até o dia vinte e seis (26) de março de 2010.

Art. 6º. O Concurso de Redação será realizado no período compreendido entre o dia 29 de março a 15 de abril de 2010.

Art. 7º. Para efeito do Concurso, é aceita a redação que obedecer às seguintes normas:
I. ser redigida em folha pautada;
II. estar a mesma identificada através do nome completo, escola, série e turma;
III. ser manuscrita em letra legível;
IV. observar as margens;
V. utilizar lápis preto - alunos do 3ª à 5ª Série do Ensino Fundamental;
VI. utilizar caneta esferográfica azul ou preta - alunos da 6ª à 8ª Série do Ensino Fundamental;
VII. não conter desenhos ou ilustrações, colagens ou enfeites de qualquer natureza;
VIII. ter no mínimo quinze (15) e no máximo vinte e cinco (25) linhas para os alunos da categoria infantil, contendo a opinião do aluno sobre a lenda estudada;
IX. ter pelo menos vinte (20) e no máximo trinta (30) linhas para os alunos da categoria juvenil, contendo a opinião do aluno sobre a lenda estudada;
Parágrafo 1º. O estilo literário a ser empregado na redação fica a critério do participante.
Parágrafo 2º. Cada participante pode apresentar apenas uma única redação.

Art. 8º. Incumbe à Comissão Organizadora do Concurso constituir uma (1) Comissão Julgadora e nomear os seus integrantes.
Parágrafo único: Fica vedada a participação de parentes diretos de integrantes da patronagem do piquete neste concurso.

Art. 9º. São atribuições das Comissões Julgadoras:
I. Elaborar critérios pedagógicos e da expressão escrita para avaliar as redações;
II. Elaborar o Regulamento Interno para orientar suas ações na avaliação e escolha das
redações;
III. Escolher, considerando os critérios pedagógicos e da expressão escrita e as normas
deste Regulamento, três (3) redações de cada categoria.
Parágrafo 1º: Os critérios pedagógicos, estéticos e da expressão escrita, bem como o Regulamento Interno são aprovados e ratificados pela Comissão Organizadora.
Parágrafo 2º: As escolhas efetuadas pelas Comissões Julgadoras são soberanas e irrevogáveis não cabendo recursos.

Art. 10º. Os autores das redações escolhidas serão agraciados com a seguinte premiação:
I. Categoria Infantil: um (01) troféu, um (01) prêmio.
II. Categoria Juvenil: um (01) troféu, um (01) prêmio.
III. Os integrantes das duas categorias serão convidados para receberem seus prêmios em festividade realizada pela patronagem do Piquete, no dia 29 de maio, nas dependências do Grêmio Beneficente Cabo Guilherme, com direito a um acompanhante.
IV. Além dos prêmios descritos acima, os vencedores serão convidados a participar de um dia gaúcho, com atividades próprias da nossa cultura organizadas pela patronagem e sócios do piquete.
Parágrafo 1º: Não há qualquer outra premiação além da especificada neste Regulamento.
Parágrafo 2º: As três redações escolhidas não recebem classificação de primeiro (1º.), segundo (2º.) ou terceiro (3º) lugar.

Art. 11º. As redações entregues a Comissão Coordenadora, vencedores ou não, serão por ela devolvidos aos participantes depois de corrigidos.

Art. 12º A divulgação dos vencedores será feita no dia 24 de maio de 2010, juntos a secretaria da escola.

Art. 13º. Os vencedores do Concurso, mediante autorização do responsável legal, cedem o uso do nome, da imagem e dos direitos autorais gratuitamente para outras formas de publicação do Piquete General Osório.

Art. 14º. A participação no 2º Concurso de Redação implica na aceitação das disposições contidas neste Regulamento.

Art. 15º. Os casos omissos são resolvidos pela Comissão Coordenadora. 01 de março de 2010
Comissão Organizadora

Programação Semana Farroupilha 2012




v Dia 13 de Setembro(Quarta-Feira)
19:00hs- Acendimento da Chama Crioula na santa Angélica, município de Pedras Altas.

v Dia 14 de Setembro(sexta-feira)
7:30hs- Saída da Santa Angélica, da chama, em direção a Jaguarão, conforme mapa em anexo.

v Dia 16 de Setembro(Domingo)
17:30hs Chegada da Chama em Jaguarão, com o desfile  pelas ruas da cidade

v Dia 17 de Setembro(Segunda- Feira)
20:00 hs – Truco (classificatória), no na sede do GBCG, localizado a Rua Duque de Caxias, nº 535
(R$ 12,00 por dupla com direito a Janta)

v Dia 18 de Setembro(Terça-Feira)
20:00hs- Truco(Final)

v Dia 19 de Setembro(Quarta-Feira)
20:00hs- Tertulia Nativista (livre) com apresentação de invernadas e baile

v Dia 20 de Setembro(Quinta-Feira)
17:00hr- Desfile de encerramento da Semana Farroupilha.



Itinerário da Chama Crioula



Horóscopo Gaudério


autoria: Rose de Portto Alegre


  
Doze Lôco Solto
A primeira coisa a entender é que não é só tu que existe, tem mais onze loquinho. A segunda, é que não tem signo melhor, nem signo pior. É um pior que o otro.
 
Áries - 21/03 a 20/04
Bicho mais fogueteiro e metido não tem. Ele atropela todo mundo, que nem bagual solto em feira de porcelana. Tem mania de ser sempre o primeiro. E é: o primero... loco!
 
Touro - 21/04 a 20/05
Esse, quer ser o maior dos latifundiários: é o dono da estância e das plantação. Se bobear, invade o planeta inteiro. Mas tem desculpa: sabe fazer um doce de abóbora daqueles, e, enquanto mexe as panela, fica te declamando e trovando cosas lindas de sua autoria. Êta, índio animal!!!
 
Gêmeos - 21/05 a 20/06
Esse vivente só quer prosear, assuntar. É o mascate do Zodíaco, o leva-e-traz. Sabe de tudo, e sabe contá causo que é uma beleza. Não esquenta banco, e parece que tem bicho carpintero. Lá em Brasília, até pouco tempo atrás, tinha um desses (Agora, tem de novo). O índio velho só queria andar de avião, pra lá e pra cá, com a prenda do lado. Uma batata doce, pra quem adivinhá quem é o dito.
 
Câncer - 21/06 a 21/07
Esse, é chorão que é um inferno. Tem uma memória do cão e se lembra tim tim por tim tim quem ganhou cada Califórnia e cada Grenal. Sabe de cor tudo o que tu disse pra ele naquele 4 de maio de 1984. Mas, é o dono da posada, e o que te prepara o putchero nas noites de Minuano. É dos piores.
 
Leão - 22/07 a 22/08
Foi por causa desse que inventaram o tal de Complexo de Superioridade. Bicho mais convencido, não há. É o primeiro prêmio em interpretação nos festival, arrasa na chula, é a mais bela prenda, e o rei do gado. Exige respeito, e não consegue ficar na mesma sala com uma tv ligada, pôes que não admite concorrência. Vai ser o chefe da ala dos Napoleão, lá no São Pedro.
 
Virgem - 23/08 a 22/09
Virge! Cruzes! esse é roxo por limpeza: limpa e lava o que encontrar pela frente. Mas , como só é loco de facero e não de sem-vergonha, pelo menos, nunca foi visto lavando dinheiro nas ilhas Caimãs. Tem cuia própria pro mate, porque é mais higiênico, e tá sempre de vassoura na mão. Parece normal, mas é dos mais maníacos.
 
Libra - 23/09 a 22/10
É danado de namorador. Só quer pezinho pra cá e pezinho pra lá. Não faz outra cosa. Também adora se metê em política, mas só fica olhando, em cima do muro, enquanto a indiada dá um duro, aqui embaixo. Nem sei se não usa cuecão de florzinha por baixo das bombacha... Mas pode ir tirando o cavalinho da chuva, porque é só frescura. Ele não é veado!
 
Escorpião - 23/10 a 21/11
O loco dos loco. Prá puxá o facão, não faz cerimônia. Mas, depois de todo o estardalhaço, fica com uma cara de culpado e arrependido que irrita até a mãe dele. Não perde a mania de mexer nos trauma... dos otros. O velho Freud, que também não era dos mais normal, tinha o tal de Ascendente em Escorpião. Esse, nem com banda...
 
Sagitário - 22/11 a 22/12
O índio aqui, acha que é o verdadeiro Centauro dos Pampas, citado várias vezes pelos nossos historiadores. Se perdeu do seu bando e não sabe se foi perto de Vacaria, ou de Pelotas, de tão loco. Se alguém quiser se comunicar com ele, o email é: coicemanotaç (mogango) pampa.com.rs
 
Capricórnio - 23/12 a 20/01
Esse é o introvertido! Metido a tímido, mas foi ele quem descobriu o Complexo de Inferioridade. Não quer incomodar e, pra fazer ele entrar no rancho ou se chegar pra roda de chimarrão, é um custo. Não se acha nada, sonha com ele no futuro, que é, quando ele acha que vai existir. Otro que só internando!!!
 
Aquário - 21/01 a 19/02
Ele quer mudar o mundo. Não muda nem as tela dos galinhero e as lâmpada queimada. Adora uma revolução, um protesto, ou deixar o povaréu de cabelo em pé. No fundo, o que ele quer é aparecê.
 
Peixes - 20/02 - 20/03
Já esse, o que quer é desaparecer. Vive com a cabeça nas nuvens, viajando... Diz que conversa com a Mboitatá, já viu o Negrinho do Pastoreio, e recebe o Sepé Tiarajú. Mas, o que tem de doido, tem de bonzinho. É só não contrariar.

Os Pica - Paus que moravam na Fronteira


Jaguarão
(22/05/1833)
Os pica-paus que moravam na fronteira
Lenço vermelho não era um acessório bem-vindo na Jaguarão do século passado. A marca que diferenciava os maragatos de seus adversários pica-paus teve pouca penetração na cidade da fronteira sul, que sempre mostrou nítidas influências republicanas. Enquanto quase todos os municípios do Rio Grande ficaram divididos durante as revoluções gaúchas, os moradores mais tradicionais de Jaguarão construiram casas com detalhes inspirados nos símbolos legalistas. "Até hoje não existe uma rua que tenha nome de maragato", observa o advogado e jornalista Eduardo de Souza Soares, 52 anos.
Os primeiros flertes de Jaguarão com a causa republicana datam da Revolução Farroupilha. Entusiasmada com a conquista dos farrapos no combate do Seival, a Câmara Municipal, que durante o Império tinha o papel de Poder Executivo, decidiu aderir à República Rio-Grandense em 20 de setembro de 1836. O presidente da Casa e articulador da iniciativa pioneira na Província era Manoel Gonçalves da Silva, irmão do general Bento Gonçalves da Silva.
Menos de 15 anos depois, nasceu em Pelotas o homem que manteria Jaguarão fiel ao seu passado republicano. Neto materno de Manoel, o médico Carlos Barbosa Gonçalves importou de Paris as idéias de igualdade e liberdade, e passou a defender o fim da monarquia.
Não demorou muito para que os argumentos de Carlos Barbosa inflamassem os espíritos. Em 30 de julho de 1882, ele e mais 19 companheiros fundaram o Club Republicano. Dois anos mais tarde, a entidade adquiriu o jornal "A Ordem", para divulgar suas posições, e atacar o govemo do Rio e a família imperial.
Durante a visita da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, em 1885, o genro de Dom Pedro ll, que passou de capitão francês a general brasileiro atropelando as graduações. Quando o nobre chegou a Jaguarão, "A Ordem" publicou: "Por ocasião do desembarque, o exmo. sr. Comendador Dr. Azevedo, na qualidade de presidente da Câmara Municipal, dirigiu-lhe um bem elaborado discurso, ao que Sua Alteza deixou de responder por não tê-lo ouvido, pois, como sabem os leitores, S.A. é surdo' "
Logo a ideologia republicana passou do papel para o concreto. Alguns seguidores começaram a ostentar símbolos como o barrete da República em residências construídas no centro de Jaguarão. O partido tomou corpo no município. Nas eleições de 1884, Carlos Barbosa conquistou uma vaga na Câmara. Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889 (reconhecida pela Câmara de Jaguarão somente oito dias depois), o estilingue político de Carlos Barbosa virou vidraça, mas nem por isso foi ameaçado.
Nas revoluções de 1893 e 1923, os maragatos sequer se aproximaram da cidade. Até os anos 40, os picapaus continuariam de topete em pé.
A cidade resiste ao cerco
A data de 27 de janeiro de 1865 talvez seja mais importante para os jaguarenses do que a fundação da Vila (6 de julho de 1832). Naquele dia, uma força composta por dois corpos da Guarda Nacional resistiu durante 48 horas a uma tentativa de invasão do território brasileiro por mais de 1,5 mil homens do exército uruguaio. Sitiada e em desvantagem bélica, a guarnição comandada pelo coronel Manoel Pereira Vargas acabou vencendo o inimigo no cansaço. O episódio rendeu ao município o título de "Cidade Heróica" e ao Brasil, a demarcação das fronteiras à margem esquerda do rio Jaguarão.
Nenhum general esperava por aquele ataque surpresa. A atenção dos militares brasileiros estava concentrada na tomada da cidade uruguaia de Paysandu. "Os blancos prepararam o cerco de Jaguarão para desviar a atenção de nossos exércitos", considera o advogado Eduardo de Souza Soares, 52 anos. Um relatório escrito pelo próprio coronel Vargas no dia 18 de maio de 1865 faz uma síntese dos acontecimentos. "No dia 19 de janeiro, recebi participações do movimento de forças crescidas dos blancos que se aprqximavam do Cerro Largo no Estado Oriental", noticiou o oficial.
Enviado pelo uruguaio Basilio Muñoz, o exército uruguaio era mais de três vezes superior aos 15º e 28º corpos de cavalaria da Guarda Nacional. "A nossa força era cerca de 500 homens, que tinham apenas 60 ou 70 clavinhas de fuzil", escreveu Vargas. Derrota na certa. Mesmo assim, o coronel tratou de preparar Jaguarão para o combate. Pouco depois das 9h do dia 17, o confronto teve início com vantagem para o lado blanco. "As balas do inimigo passavam além da nossa coluna, ao passo que as nossas pouco alcançavam as suas fileiras, devido à inferioridade do armamento", lamentou o oficial brasileiro. O comandante percebeu que o melhor ataque seria a defesa. Recuando para as trincheiras, a pequena força resistiu. Vargas recusou todas as propostas de rendição.
Com a ajuda dos vapores de guerra Apa e Cachoeira - ancorados no porto - o coronel e seus soldados viraram a noite na defesa da cidade. Na madrugada, os uruguaios estavam derrotados. "Na noite de 27 para 28, retirou-se o inimigo praticando toda a sorte de atentados", descreveu o coronel. Com apenas um morto e cinco feridos, a guarnição tinha evitado a invasão do Brasil.
A dívida virou ponte
A histórica Ponte Mauá, que liga Jaguarão à cidade uruguaia de Rio Branco, não custou um centavo aos cofres do império. A obra ficou como pagamento por uma dívida assumida no século passado. Naquele tempo, o general argentino Juan Manoel de Rosas ameaçava a liberdade do recém-emancipado Uruguai. Para auxiliar o país amigo, vários empréstimos foram concedidos por Dom Pedro II. O Uruguai salvou-se. Em compensação, devia 5 milhões de pesos em 1919. Para acertar as contas, as duas nações fecharam o "Tratado da Dívida". Depois de três anos de obras, em 30 de dezembro de 1930, a dívida virou ponte.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Os Farrapos

Farrapos ou farroupilhas foram chamados todos os que se revoltaram contra o governo imperial, e que culminou com a Proclamação da República Rio-Grandense. Era termo considerado originalmente pejorativo, já utilizado pelo menos uma década antes da Guerra dos Farrapos para designar os sul-rio-grandenses vinculados ao Partido Liberal, oposicionistas e radicais ao governo central, destacando-se os chamados jurujubas. O termo, oriundo do parlamento, com o tempo foi adotado pelos próprios revolucionários, de forma semelhante à que ocorreu com os sans-cullotes à época da Revolução Francesa. Seus oponentes imperiais eram por eles chamados de caramurus ou camelos[6], termo jocoso em geral aplicado aos membros do Partido Restaurador no Parlamento Imperial.
Em 1831, no Rio de Janeiro, havia os jornais Jurujuba dos Farroupilhas e Matraca dos Farroupilhas. Em 1832 foi fundado o Partido Farroupilha pelo tenente Luís José dos Reis Alpoim, deportado do Rio para Porto Alegre. O grupo se encontrava na casa do major João Manuel de Lima e Silva (tio de Luís Alves de Lima e Silva, que viria a ser o Duque de Caxias), casa esta que era sede também da Sociedade Continentino, editora do jornal O Continentino, ferrenho critico ao Império[12]. Em 24 de outubro de 1833, os farroupilhas promoveram um levante contra a instalação da Sociedade Militar em Porto Alegre.[17].
Inicialmente, reivindicavam a retirada de todos os portugueses que se mantinham nos mais altos cargos do Império e do Exército, mesmo depois da Independência, respaldados pelo Partido Restaurador ou caramuru. Os caramurus almejavam a volta de D. Pedro I ao governo do Brasil.
No entanto, é bom notar que entre os farrapos havia os que acreditavam que só tornando suas províncias independentes poderiam obter uma "sociedade chula", ou seja, administrada por provincianos. Havia, portanto, estancieiros, estancieiros-militares, farroupilhas-libertários, militares-libertários, estancieiros-farroupilhas, abolicionistas e escravos que buscavam a liberdade, e assim por diante, numa combinação e interpenetração ideológica sem fim. Inicialmente nem todos eram republicanos e separatistas, mas os acontecimentos e os novos rumos do movimento conduziram a esse desfecho.
maçonaria sulista, tendendo aos ideais republicanos[18], teve importante papel nos rumos tomados, sendo que muitos dos líderes farroupilhas foram seus adeptos, dentre eles, Bento Gonçalves da Silva, com o codinome Sucre.[12] Bento organizou outras lojas maçônicas no território rio-grandense, o que lhe havia sido permitido desde o ano de 1833.[12]

Antecedentes e causas

Guerra farrapos.jpg
Trecho do quadro A batalha dos Farrapos, de Wasth Rodrigues.
Conflitos na História do Brasil
- Império -
Primeiro Reinado
Guerra da Independência: 1822-1823
Independência da Bahia: 1821-1823
Confederação do Equador: 1824
Guerra contra as Províncias Unidas: 1825-1828
Revolta dos Mercenários: 1828

Federação do Guanais: 1832
Revolta dos Malês: 1835
Cabanagem: 1835-1840
Farroupilha: 1835-1845
Sabinada: 1837-1838
Balaiada: 1838-1841
Segundo Reinado
Revoltas Liberais: 1842
Revolta Praieira: 1848-1850
Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-1852
Ronco da Abelha: 1835-1845
Questão Christie: 1863
Guerra contra Aguirre: 1864
Guerra do Paraguai: 1864-1870
Questão Religiosa: 1872-1875
Revolta dos Muckers: 1874
Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875
Questão Militar: década de 1880
A justificativa original para a revolta baseia-se no conflito político entre os liberais, que propugnavam modelo de estado com maior autonomia às províncias[10], e o modelo imposto pela constituição de D. Pedro I, de caráter unitário. Além disso, havia disseminação de ideais separatistas, tidos por muitos gaúchos como o melhor caminho para a paz e a prosperidade, seguindo o exemplo da Província Cisplatina.
O movimento também encontrou forças na posição secundária, tanto econômica como política, que a Província de São Pedro do Rio Grande ocupava no Brasil, nos anos que se sucederam à Independência. Diferentemente de outras províncias, cuja produção de gêneros primários se voltava para o mercado externo, como o açúcar e o café, a do Rio Grande do Sul produzia principalmente para o mercado interno. Seus principais produtos eram o charque e o couro, altamentetributados.[10] As charqueadas produziam para a alimentação dos escravos africanos, indo em grande quantidade para abastecer a atividade mineradora nas Minas Gerais, para as plantações de cana-de-açúcar e para a região sudeste, onde se iniciava a cafeicultura[5]. A região, desse modo, encontrava-se muito dependente do mercado brasileiro de charque, que com o câmbio supervalorizado, e benefícios tarifários, podia importar o produto por custo mais baixo[11]. Além disso, instalava-se nas Províncias Unidas do Rio da Prata uma forte indústria saladeiril, da qual participava Rosas, e que, junto com ossaladeros do Uruguai, que deixara de ser brasileiro depois da Guerra da Cisplatina, competiria pela compra de gado da região, pondo em risco a viabilidade econômica das charqueadas sul-rio-grandenses. Consequentemente, o charque rio-grandense tinha preço maior do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai, perdendo assim competitividade no mercado interno.[12] A tributação da concorrência externa era uma exigência dos estancieiros e charqueadores[11]. Essa tributação não era do interesse dos principais compradores brasileiros que eram os que detinham as concessões das lavras de mineração, os produtores de cana-de-açúcar e os cafeicultores, pois veriam reduzida a lucratividade das mesmas, por maior dispêndio na manutenção dos escravos.
Há que considerar, ainda, que o Rio Grande do Sul era região fronteiriça aos domínios hispânicos situados na região platina. Devido às disputas territoriais nessa área, nunca fora uma Capitania Hereditária no período colonial e, sim, parte de seu território, desde o século XVII ocupado por um sistema de concessão de terras a chefes militares. Esses dispunham de capacidade de opor-se militarmente ao fraco exército imperial na região. Ainda mais, na então ainda recente e desastrosaGuerra da Cisplatina, que culminou com a perda da área territorial do Uruguai, anteriormente anexada ao Brasil, as posições dos militares e caudilhos locais foram sobrepujadas por comandos oriundos da corte imperial (como o Marquês de Barbacena). Os contatos frequentes, inclusive negócios do outro lado da fronteira, mostraram aos caudilhos locais as vantagens de uma república, com suas bandeiras de igualdade, liberdade e fraternidade trazidas da Revolução Francesa[5]. Além disso a imposição de presidentes provinciais por parte do Governo imperial ia contra o direcionamento político daAssembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul, criando mais um motivo de desagrado da elite regional.[10]
Também é preciso citar o conflito ideológico presente no Rio Grande do Sul, que havia sofrido diversas tentativas menores de criação de uma república, iniciando com as tentativas insanas de Alexandre Luís de Queirós e Vasconcelos, que proclamou a república três vezes no início do século XIX[13], ou a Sedição de 1830, que visava a substituir a monarquia pela república em Porto Alegre e que teve a participação de diversos imigrantes alemães (Otto HeiseSamuel Gottfried Kerst e Gaspar Stephanousky), mas foi prontamente sufocada [14].
O descontentamento reinante na província foi objeto de diversas reuniões governamentais, especialmente a partir de 1831, quando começam a circular insistentes boatos sobre a separação da província visando a unir-se ao Estado Oriental, também preocupados com informações de que, na fronteira, se pregava a revolução, sendo prometida a liberdade aos escravos.[13] No Uruguai vivia refugiado o padre Caldas, revolucionário da confederação do Equador, que mantinha um jornal de idéias republicanas, além de animada correspondência com os comandantes da fronteira, incluindo Bento Gonçalves.[15]
O conflito ideológico foi exacerbado com a criação da Sociedade Militar[16], no Rio de Janeiro, um clube com simpatia pelo Império e fomentador da restauração de D. Pedro I no trono brasileiro[15]. Um dos seus líderes foi o Conde de Rio Pardo, que ao chegar a Porto Alegre em outubro de 1833, fundou ali uma filial. Os estancieiros rio-grandenses não viam com bons olhos a Sociedade Militar e pediam que o governo provincial a colocasse na ilegalidade. Entre os protestos eclodiu uma rebelião popular, liderada pelos majores José Mariano de Matos e João Manuel de Lima e Silva que foi logo abafada e seus líderes punidos.

Revolução Farroupiha


Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida a revolução ouguerra regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil[1][2], na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul[3], e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense[4]. Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1° de março de 1845
A revolução, de caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a Revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época. Inspirou-se na recém findada guerra de independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, emLaguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages. Teve como líderes: generalBento Gonçalves, general Neto, coronel Onofre Pires, coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura,Pedro Boticário, general Davi Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de Almeida, major Vicente Ferrer de Almeida,coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de Mattos, general Gomes Jardim [5], além de receber inspiração ideológica de italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti[6], além do capitão Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália.[7]. A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam à liberdade.[8][9]