quinta-feira, 29 de março de 2012

Lendas de Jaguarão!!!!

UM ANJO VESTIDO DE VERMELHO

A consagrada fotógrafa Marilu Duarte, fotografou vários túmulos e mausoléus do cemitério das irmandades, na foto do túmulo que tem dois anjinhos de mármore branco e outro vermelho. Ela mostrou para várias pessoas e mandou para apreciação das carismáticas que aconselharam queimar aquela foto.
Um menino de uns 7 ou 8 anos presenciou um velório noturno no cemitério, criando coragem e indo com alguns amigos. No momento do enterro ele seguiu o cortejo, entretanto, as pessoas que estavam junto com ele já haviam saído e tinham ultrapassado o túmulo dos anjinhos. Como ele avistava o público, correu para alcançá-los, mas ao enfrentar os anjinhos, voltou dizendo que tinha visto o diabo todo de vermelho.
Um jovem que morava na Rua Uruguai nas proximidades onde hoje está o prédio do Fórum, trabalhava de pintor de casas, mas seguidamente chamavam-no para pinturas no cemitério. Certa vez ele viu uma foto de uma moça num túmulo e se encantou pela beleza da mesma. Ele morava com os pais. Numa noite, bateram em sua casa, ele foi atender e era uma moça parecida com a que ele havia visto convidando-o para passear. Como era metido a valente, aceitou o convite. Deram um passeio e na hora de levá-la em casa ele seguiu na direção do cemitério. Ele, embriagado pela paixão, aceitou o desafio, levou-a até sua morada, no túmulo que havia visto. A partir daí, passou a visitá-la todas as noites, ao ponto de ficar muitas vezes por lá. Os amigos iam buscá-lo antes do amanhecer.
Ao passar as noites mal dormidas ao relento, ficou fraco e terminou sendo internado e morreu.
Muitos conheciam essa moça, ela foi noiva, se matou e foi enterrada com o vestido de noiva. Os amigos que estão vivos contam essa história, que é verdadeira.


A FLOR NO TÚMULO

Sempre que ouvimos falar de alguma história de mistério ou “do além”, paira a dúvida de que pode ser ou não verdadeiro o fato. E foi numa dessas histórias, contadas por nossos antepassados, que um grupo de jovens resolveu conferir de perto, ou seja, reviver a história, presentes no verdadeiro cenário – um cemitério de beira de estrada. Vamos ao fato.

Em uma roda de chimarrão, rodeados pela luz de um lampião e do luar em noite de lua cheia, que uma das senhoras, contou uma história horripilante. Ela começa assim:
Em um abandonado cemitério de beira de estrada de chão que liga os municípios de Jaguarão e Herval, aparecia uma mulher vestida de branco, de aparência jovem e tranqüila, que geralmente nas noites de quinta-feira, trazia consigo um bonito botão de rosa vermelha e o depositava em um dos túmulos do cemitério e desaparecia misteriosamente. Esse gesto era repetido várias vezes durante o mês e visto, segundo o relato de algumas testemunhas oculares.
A gurizada que se reunia para apreciar as histórias contadas pelos antigos resolveu conferir pessoalmente e tirar suas próprias conclusões.
O grupo, formado por duas meninas e um menino, se preparou munido de barraca, lampião, lanterna e máquina fotográfica, entrou no cemitério e permaneceu até o relógio marcar meia-noite. Os três jovens se posicionaram em frente o referido túmulo, no qual a mulher aparecia. O relógio marcava duas horas e 15 minutos e nenhuma presença estranha fora observada. Então o grupo resolveu se dividir, as meninas ficavam no portão do cemitério e o rapaz em frente ao referido túmulo e assim o fizeram. Quando o relógio marcava três horas da manhã de quinta feira, o rapaz sentiu um intenso frio naquele lugar e um nevoeiro tomou conta do cemitério, que não era possível avistar as meninas no portão, então ele gritou pelas companheiras, mas nenhuma resposta, então resolveu abandonar o macabro lugar, haja vista que o medo tomava conta do rapaz. Saiu em direção ao portão do cemitério e avistou as duas meninas. Chegando lá ficou irritado, pois chamou pelas meninas e não obteve resposta, elas alegaram que não ouviram chamado nenhum. Os três resolveram esperar o dia amanhecer (pois estavam em missão e não pretendiam abandonar o local) e quando o sol despontou, decidiram ir ao misterioso túmulo e lá encontraram um lindo botão de rosa vermelha depositado em cima do mausoléu, então fixaram os olhos para o retrato do jazigo e compararam a foto com a descrição contada pela velha senhora na roda de chimarrão. Tratava-se de uma linda jovem, aparentando uns 20 anos de idade e um expressivo sorriso nos lábios. Antigos moradores das redondezas do cemitério contam que ali fora enterrada uma jovem vítima de um acidente de carro e que no seu enterro, poucas pessoas se fizeram presentes (apenas os familiares mais íntimos) e que não se lembraram de levar nenhuma flor para ser depositada em seu túmulo.


O LOBISOMEM DO CAPÃO REÚNO

Capão Reúno é um pequeno bosque de eucaliptos a mais ou menos dez quilômetros da cidade, fundos do estabelecimento do Dr. Jorge Abel Neto e do outro lado fica o campo de João Alberto Pinto Bandeira com mata nativa que também pertence ao passo do Capão Reúno. Esse campo é parte da Fazenda da Luz do extinto Vasco Pinto Bandeira Filho. Fazenda da Luz era assim chamado porque no local aparece uma luz estranha que o Bandeira e o cabo Feijó aposentado da brigada, viram essa centenária luz.
Diz o Bandeira que sempre ouviu falar pelos antigos moradores, que naquele lugar degolaram muita gente no tempo das revoluções no início do século passado. Porque Capão Reúno? Porque naqueles campos invernavam os cavalos do exército, conhecidos como Reúnos. O pavor era generalizado entre o pessoal da campanha sobre as assombrações do capão Reúno. Contavam que ao passar de carroça ou a cavalo, sempre viam um animal preto parecido com cachorro mas do tamanho de um terneiro com 1 metro de altura e que avançava nos que passassem por ali. Alguns que desconhecessem a fama do local ou por ter quebrado a carroça ou outro problema qualquer e que tenham deixado os cavalos encilhados estes eram desencilhados misteriosamente. Outro caso se sabe é um conto de caçadores que a meia noite se ouve uns uivos muito fortes e avistam um animal preto que obriga qualquer valentão disparar desesperadamente. Deram tiros e o animal não recuou nem mostrou medo, demonstrando ser diferente de qualquer outro animal que normalmente foge de estampidos dos foguetes ou arma de fogo.


NEGRO RASTILHO

Na época da década de 40, comentavam que o Rastilho era um andarilho pelos campos e que praticava pequenos roubos para se alimentar, criando temor nos moradores. Levou a polícia a tentar prendê-lo e que numa das perseguições foi ferido e morto.
Esses casos do Rastilho são muito conhecidos pelos que moram na Zona Rural de Jaguarão, mais precisamente na 2ª Zona, ou 2º Distrito, em Santana, já na cidade, muitos não conhecem. O Senhor Nestor Silva há alguns anos atrás relatou dizendo que trabalhou com o Negro Rastilho quando iniciou a Granja São Gabriel e que regulavam de idade, 16 a 17 anos. A primeira surpresa começou quando num fim de semana, jogavam uma pelada de futebol e que lá pelas tantas estavam no intervalo do jogo, fumando, quando Rastilho fez uma proposta: Se vocês me derem uma carteira de cigarros, eu abro o cadeado da cantina da granja. Eles aceitaram a proposta de Rastilho. Batendo de costas, as portas se abriram sem ofender o cadeado, só com o poder do pensamento.
Essa atitude ele praticou várias vezes quando estava sem cigarro e encontrasse alguém que duvidasse. Os espertos sempre aparecem. Logo, logo, apareceram os vivaldinos que se fazendo de amigos, incitavam o Rastilho a abrir outras portas para roubarem, aterrorizando a população. Rastilho foi morto e enterrado no mesmo local, propriedade do Sr. Hélio Silveira. Com o protesto do proprietário do campo, o Dr. Mirabeau Pacheco Baltar se ofereceu a fazer um túmulo em sua fazenda e levar os ossos do Rastilho para lá. É em estilo capela com um funil no topo, onde as pessoas colocam cachaça para o interior, diretamente sobre os ossos. É diferente das demais oferendas a outros milagrosos onde as bebidas são postas fechadas ou derramadas no chão. Existem várias placas no túmulo.
Placa Central: RAMÃO MACHADO – NEGRO RASTILHO – FALECIDO EM 13.07.1945.
Existem outras placas, com pedidos, oferendas e o nome dos beneficiados.
Certa vez, o Dr. Mirabeau estava com uma lavoura perdida quando fez uma promessa para o Rastilho, salvando toda plantação. O seu Nestor diz que tem muita crença no Rastilho e que toda vez que toma uma cachaça não derrama num canto da sala como fazem para os demais santos. Ele bebe e o Rastilho bebe com ele. Conta também que o Rastilho sendo, uma vez, perseguido pela polícia, tirou o cinto da cintura, colocou no pescoço de um cavalo xucro e este não corcoveou levando-o até a 2ª Zona. Quando seu Nestor esteve com problema na próstata, fez promessa e foi salvo.
Um empregado da estância, metido a esperto costumava tomar as cachaças das oferendas, sempre prometendo que iria devolver em dobro. Resultado: morreu louco. Um operário, desacorçoado por não receber seus salários, fez uma promessa que se recebesse iria colocar doze garrafas de cachaça no túmulo. Para sua surpresa, ao chegar na sua casa, as luzes dos tratores começaram a piscar misteriosamente e na mesma hora chegou o patrão que deu seu salário além do esperado.



O JAGUARÃO

Havia, dizem, no nordeste da terra que ocupavam os indígenas guaranis, margem direita do atualmente Rio Uruguai um animal anfíbio, monstruoso.
Vivia pelos rios da região desde o Rio Paraná espalhando-se por toda a zona missioneira da Argentina, de onde teria entrado, também, no Rio Grande do Sul através do Uruguai e seus afluentes. Foi parar no extremo sul, hoje gaúcho, entre o rio que recebeu o nome de Jaguarão e afluente deste a costa da Lagoa Mirim.
Isto teria acontecido muito antes do aparecimento do branco europeu na vasta região em que vivia o tal monstro anfíbio. Dizem que seu nome era Jaguaru ou Jagua-Ron e tinha corpo de lobomarinho e cabeça e patas armadas de garras de tigre, sendo do tamanho de um cervo ou cavalo pequeno.
Esse monstro era o terror dos indígenas, não porque os atacasse, mas porque suas vítimas, homens ou animais, jamais podiam salvar-se. Os indígenas, entretanto, perseguiam-no sempre, mas nunca conseguiram caçá-lo.
Dizem que era um só que percorria toda a região e visitava todos os rios em cujas barrancas fazia grandes escavações. De modo a provocar o desbarrancamento das margens sempre que animais ou pessoas delas se aproximassem demasiado. A terra caída, assim, levava consigo o imprudente, jogando-o à água. Dali, em seguida o monstro o retirava e arrastava para outra escavação. Abria-o, então, tirava-lhe os pulmões, única coisa que aproveitava, e jogava o cadáver novamente no rio.
Segundo a lenda, existia anfíbios-monstros no atual Rio Jaguarão, o que ficava comprovado pelas escavações em suas barrancas e por um caso que nele se passou com um grande grupo de guaranis dissidentes das tribos do Rio Uruguai, ou Uruai, como diziam os antigos. Um dia, esse grupo da tribo guarani, depois de muito caminhar em busca de novas terras abundantes em caça e pesca, tendo atravessado o atual Rio Grande do Sul desde o Rio Mirim, resolveu acampar por Pindaí até as margens da lagoa, ali entre a lagoa e as margens do bonito rio que lançava nela suas águas cristalinas.  Certa noite, noite clara de luar, resolveram pescar longe do acampamento – a pequena ocara erguida entre os atuais Arroio Juncal e Rio Jaguarão, e foram para as margens deste, justamente onde cavara seu leito formando altas barrancas. E estavam por ali em busca do lugar melhor para lançar suas redes, quando um dos companheiros aproximou-se demasiadamente da barranca, sendo tragado pelo desbarrancamento. E logo após o desastre o monstro anfíbio avançou sobre a vítima, que ainda se debatia, abrindo suas entranhas, tirando os pulmões e após saboreá-los, jogando o indígena às águas novamente, dando-lhe, assim, sepultura Sagrada. A tribo, desesperada, tratou de se retirar, deixando, porém, como sinal de sua passagem o nome do monstro na designação do bonito rio.
E aí temos o porque do nome rio Jaguarão.
Mas o monstro apesar de tudo era símbolo da resistência, pois jamais alguém conseguiu abatê-lo.
Jaguarão é bem símbolo moderno da resistência e persistência do monstro que lhe deu o nome e, ao mesmo tempo, o pulmão da Fronteira Sul do Rio Grande, pulmão que, pelo seu fôlego, merece o título glorioso de Cidade Heróica.

O MONSTRO INVISÍVEL

            Na década de 50, mais precisamente em 51/52, havia diversos programas no Teatro Esperança, que na época foi chamado também de Cine Esperança, pelo fato de vários filmes na década serem passados no local.
Diversas pessoas entre adolescentes e adultos assistiram nesse período uma fita em série (seriado) chamado de O Monstro Invisível, foi algo marcante pois causou grande impacto na época.
As mães, aproveitando a ocasião, começaram a assustar seus filhos peraltas com o tal monstro que era invisível e poderia atacar qualquer um em qualquer lugar e a qualquer momento sem ser visto.
A rapaziada que acompanhava o seriado no cinema ainda dava uma mãozinha dizendo que fulano ao ciclano haviam sido atacados, e qualquer um que tivesse algum ferimento ou lesão acidental, por menor que fosse diziam  também  terem sido vítimas do monstro esparramando ainda mais um horror que durou semanas.
Hoje é claro, que não temos mais o cinema no Esperança, e com ele se foi toda aquela magia e encantamento dos grandes filmes e dos grandes artistas no tempo clássico que foram as décadas de 30/40 e 50 no cinema.
Esse seriado passado e relatado acima, era no entanto um filme em série: The Invisible Monster. Passado em 12 episódios, no ano de 1950, dirigido por Fred. C. Brannon e estrelado por Richard Weeb e Aline Towne.

terça-feira, 27 de março de 2012


PERAL DA NOIVA NO RIO JAGUARÃO

Como se sabe, é vastíssimo e variados os contos de assombrações nas ilhas e costa do rio Jaguarão. Há uma estória sobre o Peral da Noiva, que foi contada por um pescador que já tem aproximadamente 50 anos de profissão, o "Pião". Ele relata que entre o barranco denominado cabeça do boi e a charqueada, existe um buraco muito fundo de mais ou menos seis metros de profundidades no rio Jaguarão, ao lado de um ilha de pedra, com um redemoinho tão forte, ao ponto de desviar a rota dos barcos pela intensidade e força das águas.
No início do século passado entre 1915/1920, viviam na localidade da Charqueada, onde tem uma tapera, um casal de jovens, noivos prontos para casar. Ele foi trabalhar na colheita de arroz nas granjas do Uruguai, com o intuito de juntar dinheiro para o casamento. Ele morre num acidente por lá, e a moça desesperada, vestida de noiva, se atira no peral que ficou conhecido como peral da noiva, ou buraco da moça, porque nas noites de quinta-feira, ela aparece para pavor dos pescadores e de pessoas que acampam nas proximidades.
Certa vez, diz o Pião que presenciou quando uns rapazes tentavam atravessar uma tropilha de cavalos pelo rio e que uns três ou quatro animais que passavam próximo ao buraco da noiva, foram puxados pela força do redemoinho, aparecendo mortos, muitos metros adiante. Pião também narra como fenomenal uma façanha que aconteceu, quando numa pescaria nesse local, puxou um bagre branco de quase 23 quilos, para espanto de todos os colegas.
O pescador Nei Rolim e seu colega Sérgio Correa, quando estavam acampados na localidade de Fanfa, ouviram um barulho como se aproximasse uma tropa de cavalos. Assustados, saíram rapidamente da barraca, com medo de serem atropelados pelos animais. Não avistaram a cavalhada, mas enxergaram um negro velho, montado num cavalo e tocando violão. Quando indagaram quem ele era, desapareceu o vulto e seguiu o barulho de uma tropilha disparando.
Interessante que o mesmo fenômeno foi presenciado por uns jovens que estavam acampados perto do buraco da noiva, ouviram o mesmo barulho de uma cavalgada, quando saíram da barraca para verificar, enxergaram uma noiva correndo no campo, chorando e perguntando onde estava o seu amor.



UM CEMITÉRIO NO CENTRO DA CIDADE

Fazendo uma viagem ao passado, lá pelos anos 30/40, época que Jaguarão tinha como cidade os limites sul a norte, do rio Jaguarão até a rua 24 de Maio, lateral da escola Joaquim Caetano e como limite leste oeste, a rua dos Andradas até a rua dos trilhos, rua Uruguai. O restante chamavam de aldeia ou subúrbio. Até pouco tempo existiu o armazém "Clarão da Aldeia" do Sr. Álvaro Gonçalves ou Doca (Rua General Câmara esquina Coronel de Deus Dias). Porque Clarão da Aldeia? Bom, além da rua dos Andradas, já era aldeia e não possuía luz elétrica, seu Doca conseguiu com o Prefeito Dr. Hermes Pintos Affonso, para puxar por sua conta, um fio elétrico até a esquina, onde colocou uma lâmpada de 1.000 wats, fazendo um enorme clarão na escura aldeia. Todas as noites os moradores diziam: Vamos conversar lá no clarão da aldeia, dando nome ao armazém.
Bem perto dali, existiu as ruínas de um cemitério que na época já haviam algumas edificações em cima desse terreno dando frente para a rua Marechal Deodoro. A família Figueiró, a fábrica de fumos Mauá Ltda, e a família do seu Vigica.
No restante ficava um campo com pastiçal, taquaral, muitos túmulos e uma enorme pileta onde lavavam os ossos. O cemitério abrangia todo quarteirão que hoje está cortado pela rua Marechal Rondon.
Era grande a gurizada que brincava na rua dos Andradas. Os meninos jogavam futebol e as meninas passa-passará. Durante a noite brincavam de pega ladrão ou pedra livre entrando no cemitério para esconderijo. Mas toda vizinhança tinha medo das assombrações que eram comuns aparecerem para espanto e comentário em toda cidade. Apareciam muitas coisas de arrepiar, mas algumas eram de brincadeira. Por exemplo: O Pedro, filho do Mariano Rocha e irmão do falecido Vanderlei (Escritório Rocha), recortava numa melancia, uma boca e dois olhos, acendia uma vela dentro e, colocava sobre um túmulo. Sua irmã, a Dalva, cobria-se com um lençol branco e corria entre as taquaras. Era um pavor.
Hoje a quadra está cheia de casas, mas nas escavações de todas elas, tiraram vários esqueletos. Em uma delas havia um esqueleto até com uma arma do lado.
Pelos relatos do Sr. Cláudio Rota Rodrigues que leu nos arquivos do Instituto Histórico e Geográfico de Jaguarão, em 23 de novembro de 1855, quando a vila foi elevada a  categoria de cidade, surgiu um caso de cólera um cidadão que havia chegado embarcado, e que este alastrou uma epidemia violenta, matando um terço da população, ou seja, entre 3 a 4 mil mortos. Com essa epidemia superlotou o tal cemitério encerrando as atividades de campo-santo.
As irmãs de Caridade haviam comprado um campo para fazerem um cemitério, mas com a mortandade que houve, começaram a enterrar pessoas antes de iniciarem as obras do atual cemitério das Irmandades.
Perto da BR 116, imediações do secador do Sr. Moacir Bretanha, abriram um grande valo onde amontoavam os corpos trazidos por carroças que percorriam a cidade juntando defuntos.
Os fazendeiros, chacreiros e familiares fugiam para os campos evitando a doença.
O Sr. Malaguês que morou por muitos anos até a fábrica de fumo incendiar, diz que tanto ele como os empregados e moças que trabalharam no turno da noite, viam assombrações.
Já outros moradores no local perto do antigo cemitério relatam que viam constantemente, um vulto passear por toda a casa e desaparecer sem abrir portas nem janelas.

Jaguarão
(22/05/1833)

Os pica-paus que moravam na fronteira

Lenço vermelho não era um acessório bem-vindo na Jaguarão do século passado. A marca que diferenciava os maragatos de seus adversários pica-paus teve pouca penetração na cidade da fronteira sul, que sempre mostrou nítidas influências republicanas. Enquanto quase todos os municípios do Rio Grande ficaram divididos durante as revoluções gaúchas, os moradores mais tradicionais de Jaguarão construiram casas com detalhes inspirados nos símbolos legalistas. "Até hoje não existe uma rua que tenha nome de maragato", observa o advogado e jornalista Eduardo de Souza Soares, 52 anos.
Os primeiros flertes de Jaguarão com a causa republicana datam da Revolução Farroupilha. Entusiasmada com a conquista dos farrapos no combate do Seival, a Câmara Municipal, que durante o Império tinha o papel de Poder Executivo, decidiu aderir à República Rio-Grandense em 20 de setembro de 1836. O presidente da Casa e articulador da iniciativa pioneira na Província era Manoel Gonçalves da Silva, irmão do general Bento Gonçalves da Silva.
Menos de 15 anos depois, nasceu em Pelotas o homem que manteria Jaguarão fiel ao seu passado republicano. Neto materno de Manoel, o médico Carlos Barbosa Gonçalves importou de Paris as idéias de igualdade e liberdade, e passou a defender o fim da monarquia.
Não demorou muito para que os argumentos de Carlos Barbosa inflamassem os espíritos. Em 30 de julho de 1882, ele e mais 19 companheiros fundaram o Club Republicano. Dois anos mais tarde, a entidade adquiriu o jornal "A Ordem", para divulgar suas posições, e atacar o govemo do Rio e a família imperial.
Durante a visita da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, em 1885, o genro de Dom Pedro ll, que passou de capitão francês a general brasileiro atropelando as graduações. Quando o nobre chegou a Jaguarão, "A Ordem" publicou: "Por ocasião do desembarque, o exmo. sr. Comendador Dr. Azevedo, na qualidade de presidente da Câmara Municipal, dirigiu-lhe um bem elaborado discurso, ao que Sua Alteza deixou de responder por não tê-lo ouvido, pois, como sabem os leitores, S.A. é surdo' "
Logo a ideologia republicana passou do papel para o concreto. Alguns seguidores começaram a ostentar símbolos como o barrete da República em residências construídas no centro de Jaguarão. O partido tomou corpo no município. Nas eleições de 1884, Carlos Barbosa conquistou uma vaga na Câmara. Com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889 (reconhecida pela Câmara de Jaguarão somente oito dias depois), o estilingue político de Carlos Barbosa virou vidraça, mas nem por isso foi ameaçado.
Nas revoluções de 1893 e 1923, os maragatos sequer se aproximaram da cidade. Até os anos 40, os picapaus continuariam de topete em pé.

A cidade resiste ao cerco

A data de 27 de janeiro de 1865 talvez seja mais importante para os jaguarenses do que a fundação da Vila (6 de julho de 1832). Naquele dia, uma força composta por dois corpos da Guarda Nacional resistiu durante 48 horas a uma tentativa de invasão do território brasileiro por mais de 1,5 mil homens do exército uruguaio. Sitiada e em desvantagem bélica, a guarnição comandada pelo coronel Manoel Pereira Vargas acabou vencendo o inimigo no cansaço. O episódio rendeu ao município o título de "Cidade Heróica" e ao Brasil, a demarcação das fronteiras à margem esquerda do rio Jaguarão.
Nenhum general esperava por aquele ataque surpresa. A atenção dos militares brasileiros estava concentrada na tomada da cidade uruguaia de Paysandu. "Os blancos prepararam o cerco de Jaguarão para desviar a atenção de nossos exércitos", considera o advogado Eduardo de Souza Soares, 52 anos. Um relatório escrito pelo próprio coronel Vargas no dia 18 de maio de 1865 faz uma síntese dos acontecimentos. "No dia 19 de janeiro, recebi participações do movimento de forças crescidas dos blancos que se aprqximavam do Cerro Largo no Estado Oriental", noticiou o oficial.
Enviado pelo uruguaio Basilio Muñoz, o exército uruguaio era mais de três vezes superior aos 15º e 28º corpos de cavalaria da Guarda Nacional. "A nossa força era cerca de 500 homens, que tinham apenas 60 ou 70 clavinhas de fuzil", escreveu Vargas. Derrota na certa. Mesmo assim, o coronel tratou de preparar Jaguarão para o combate. Pouco depois das 9h do dia 17, o confronto teve início com vantagem para o lado blanco. "As balas do inimigo passavam além da nossa coluna, ao passo que as nossas pouco alcançavam as suas fileiras, devido à inferioridade do armamento", lamentou o oficial brasileiro. O comandante percebeu que o melhor ataque seria a defesa. Recuando para as trincheiras, a pequena força resistiu. Vargas recusou todas as propostas de rendição.
Com a ajuda dos vapores de guerra Apa e Cachoeira - ancorados no porto - o coronel e seus soldados viraram a noite na defesa da cidade. Na madrugada, os uruguaios estavam derrotados. "Na noite de 27 para 28, retirou-se o inimigo praticando toda a sorte de atentados", descreveu o coronel. Com apenas um morto e cinco feridos, a guarnição tinha evitado a invasão do Brasil.

A dívida virou ponte

A histórica Ponte Mauá, que liga Jaguarão à cidade uruguaia de Rio Branco, não custou um centavo aos cofres do império. A obra ficou como pagamento por uma dívida assumida no século passado. Naquele tempo, o general argentino Juan Manoel de Rosas ameaçava a liberdade do recém-emancipado Uruguai. Para auxiliar o país amigo, vários empréstimos foram concedidos por Dom Pedro II. O Uruguai salvou-se. Em compensação, devia 5 milhões de pesos em 1919. Para acertar as contas, as duas nações fecharam o "Tratado da Dívida". Depois de três anos de obras, em 30 de dezembro de 1930, a dívida virou ponte.

segunda-feira, 19 de março de 2012


André Schuster representando o PTG General Osório no tiro de laço, no Rodeio do CTG Vaqueanos do Sul, localizado no subdistrito de Arroio Grande. 17/03/2012.











quinta-feira, 8 de março de 2012

Parabéns ....Dia Internacional da Mulher....





Mulher Gaucha:

ESSA PRENDA LINDA, DA PELE QUEIMADA,
GAÚCHA VIAJADA DE OLHAR CABORTEIRO,
ESTAMPA NO ROSTO A BELEZA DA FLOR
E TRAZ MAIS CALOR AO BAILE CAMPEIRO...
NO PALCO DA VIDA ELA ABRE A GARGANTA,
SUA VOZ ENCANTA EM QUALQUER FESTIVAL;
GRAVA QUALIDADE QUE TODOS CONSOMEM,
ENFRENTANDO O HOMEM DE IGUAL PRA IGUAL!

A MULHER GAÚCHA TEM O BRAÇO FORTE,
ATÉ NO ESPORTE É ASTUTA E GUERREIRA;
SE LHE PERGUNTAREM, RESPONDE NA BUCHA,
QUE ALÉM DE GAÚCHA ELA É BRASILEIRA!

MONTA A CAVALO, COM MUITA ELEGÂNCIA,
DIRIGE A ESTÂNCIA, POUCO IMPORTA A ÁREA;
VIVE NA CAMPANHA, COM SIMPLICIDADE,
E LÁ NA CIDADE É GRANDE EMPRESÁRIA...
ESSA MULHER GAÚCHA, DE FAMA MUNDIAL,
ACHA SER CRUCIAL TRANSPOR A FRONTEIRA;
VENCE NO PAÍS E, TAMBÉM, NO EXTERIOR,
MOSTRANDO O VALOR DA MULHER BRASILEIRA!

A MULHER GAÚCHA TEM O BRAÇO FORTE,
ATÉ NO ESPORTE É ASTUTA E GUERREIRA;
SE LHE PERGUNTAREM, RESPONDE NA BUCHA,
QUE ALÉM DE GAÚCHA ELA É BRASILEIRA!

Cabelos longos pealo certeiro 
Que transcende o lume deste luar infindo 
O perfume doce qual a aurora linda 
Que o sol se arrima numa primavera manca 
Meiguice rude de uma flor campeira 
Que da a este taura a ultima esperança 
Me deixando inerte pela vez primeira 

E o peito velho com ar de festança 
Por isto hoje a me ver junto a ti 
Se solta aos ares um coração que é teu 
Transformando em rimas este sentimento 
E o orgulho simples de dizer que é meu 
Este coração que um dia tu me deu..." 

Marco A. Pires


segunda-feira, 5 de março de 2012

Um pouco da história do nosso PTG General Osório...


            
HISTÓRICO DO PTG GENERAL OSÓRIO
            O Piquete General Osório nasceu em 1° Agosto 1990, de uma iniciativa de alguns militares do 12° RC Mec, mais afinados com nossa tradição gaúcha, entre eles, os sargentos Roberto Junker Oleiro, 1° Patrão, Meza, Rodrigues, Edson, Sinott, Santos, Leal, Squeff.  Foi estipulada uma mensalidade irrisória e foram mandadas confeccionar algumas fichas para inscrição de sócios e, a partir daí, foram feitos convites a várias pessoas, inclusive civis, para comporem o quadro social; do meio civil veio a 1° Prenda do piquete Srta Flávia Melgares, filha de um funcionário do Banco do Brasil. Idealizou-se uma bandeira para o piquete com as cores da bandeira do RS, trazendo ao centro o mapa do estado e dentro deste a figura de um índio à cavalo empunhando uma lança, tendo ainda inscrito nela o lema seguinte:
            “Com integração, cultuamos a tradição”. Com relação ao nome do piquete, os funcionários quiseram homenagear o patrono da arma de cavalaria.

            Para que pudessem desenvolver atividades tradicionalistas, os fundadores realizaram rifas, mocotós, bingos, jantares dançantes, barracas de festa junina e doações para conseguirem recursos, visto que a arrecadação com mensalidades era pouca. Tais iniciativas permitiram a montagem de uma invernada artística e algumas melhorias materiais como aquisição de material de cozinha, freezer, etc. Nessa época, o comando do regimento, Cel Cardoso, permite que o Sgt Squeff coordene a construção do Grêmio dos Cabos, junto à vila militar dos sargentos, anexa ao 12° RC Mec. Tal obra não avançou além dos alicerces e meio metro de paredes. Como não houve interesse de continuar o Grêmio dos Cabos nesse local, os fundadores do PTG  “Gal Osório” solicitarem ao comandante do regimento o referido local para a construção de uma sede. O mesmo foi concedido. Começou então uma árdua tarefa, pois depois do expediente e nos fins de semana, esses pioneiros somaram esforços, diretamente nos trabalhos de construção ou, indiretamente nos trabalhos de construção ou, indiretamente arrecadando doações ou promovendo eventos para arrecadar fundos para a obra. Foram construídos dois banheiros e duas peças amplas, uma inclusive com churrasqueira. Ligou-se água e luz, tudo por conta do piquete. O local era utilizado amplamente, quer por membros do PTG “Gen Osório”, quer por militares do 12° RC Mec, que precisavam do local para alguma reunião dos esquadrões.
            Com a transferência dos fundadores para a reserva ou para outra guarnição, o comando do Cel Tadeu transformou o local em hotel de trânsito. No entanto, essa chama crioula manteve-se acesa dentro do peito de alguns militares e tradicionalistas mais jovens, mantendo-a viva até os dias atuais.
            Hoje o PTG “General Osório” tem CNPJ e é reconhecido por lei municipal como de utilidade pública além de gozar de prestígio, tanto junto aos militares  do 12° RC Mec, quanto da sociedade civil. Durante os vinte e um anos de existência o PTG, fiel ao seu lema, integrou-se a outras entidades co-irmãs na realização de rodeios, cavalgadas, tertúlias, chamas crioulas, futebol de bombachas, bailes, mateadas e campanhas do agasalho, além de promover um intercâmbio cultural com as escolas do município de Jaguarão, no tocante ao tradicionalismo. Apesar disso, continua sem sede própria; utiliza uma sala do Grêmio Beneficiente Cabo Guilherme e, o salão do mesmo, por ocasião da realização de algum evento de maior porte.