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O cavalo de esporte, assim como qualquer atleta, precisa de um manejo alimentar e treinamentos diferenciados, como também é visto que a genética, idade e sanidade interferem no melhoramento da performance.
Para conseguir criar e levar às pistas animais totalmente ajustados ao seu ambiente, é necessário lembrar, que não podemos fugir muito ao seu habitat natural. |
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Cavalos, na natureza, são vistos como presa. Pastam em torno de 18hs por dia e vivem em manadas. Devido ao seu longo e delicado trato gastrointestinal (estômago pequeno e intestino comprido), com secreção de HCl constante e incapazes anatomicamente de eructar, a vida ao ar livre gera um ambiente ideal.
Mas confinamos neles, o que gera um stress com alimentação e exercícios controlados. A super alimentação pode acarretar desde cólicas a problemas hepáticos, renais ou locomotores. A água deve sempre estar limpa e à vontade. Cavalos consomem até 40 litros de água por dia.
É preciso saber que devemos cuidar de cada animal como indivíduo, pois cada tem necessidades diferentes. Estas diferenças são atribuídas a seu metabolismo individual, genética, idade, temperamento e a carga de trabalho atual. |
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A alimentação de cavalos encocheirados deve ser dividida em no mínimo 3 vezes ao dia, em porções pequenas, pois o ideal é manter seu trato gastrointestinal sempre trabalhando com um pouco de alimento. Desta maneira, diminuem as gastrites e possíveis cólicas. O ideal é fornecer o alimento verde antes do concentrado. Estes podem ser à base de aveia ou ração comercial.
O sal mineral pode ser deixado ao lado do coxo para ser ingerido á vontade. A alfafa, por ser rica em cálcio e fósforo, é importante na alimentação de potros e cavalos mais velhos, podendo ser misturada com feno de Tifton ou Cost Cros. O feno, por sua vez, diminui a chance de o cavalo vir a ter enterólitos (pedras). Pode se deixar feno quase que a vontade durante a noite na baia, pois o animal fica entretido durante este período, evitando e ou diminuindo os vícios de cocheira (chupar ar, comer esterco, se balançar). |
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O uso de piquetes é o ideal, pois o cavalo se exercita, relaxa e pode socializar-se com outros animais. Isso diminui também possíveis dores musculares, gastrites e manias indesejáveis. O tempo que o animal fica parado na sua baia acaba por prejudicar também o seu sistema locomotor, podendo gerar inchaços (devido ao retorno venoso), artrites e dores em geral. É aconselhável que sejam soltos após o trabalho, em dias de descanso ou até mesmo antes das atividades. Este procedimento é ótimo para cavalos nervosos ou que possuam muita energia.
O exercício é algo que se deve ser programado, dependendo do calendário de provas. O aquecimento deve ser feito ao passo, o que é importante, pois diminui o risco de lesões, bem como trabalha a resistência cárdiorespiratória. O trote aumenta a musculatura. Já o galope também aumenta a resistência cardiorespiratória. Após o trabalho feito, a volta para o passo solto com o pescoço para baixo é o recomendado. Desta maneira o animal se alonga e vai diminuindo sua freqüência cardíaca. |
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Cavalos sofrem muito mais com o calor, por isso é aconselhável trabalhar em horários de temperatura amena, usufruindo mais do passo. Também é legal dar pelo menos 1dia de folga por semana. |
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É sabido que cavalos nascem com um número “contado” de saltos durante sua vida útil, devido ao desgaste que é gerado no seu sistema locomotor. O que podemos fazer para prolongar a vida útil destes animais é proporcionar desde uma programação de execícios moderados (o ideal é saltar 2 vezes por semana), ferrageamento correto ( não deixar mais de 35, 40 dias), alimentação balanceada, suplementação adequada, diminuição do stress ambiental e controle sanitário.
O uso de massagens, condroprotetores , calmantes não-dopping, são de grande valia – sem esquecer de avaliar o material usado no dia-a-dia, como: sela, mantas, embocaduras e caneleiras. A inobservância destes itens também pode gerar incômodos!
Conhecendo melhor sua natureza, é possível prolongar a vida útil do cavalo atleta, aumentando a sua performance em pistas e qualidade de vida.
Claudia Tigre dos Passos
Médica Veterinária e Atleta |
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