quarta-feira, 15 de maio de 2013



LENDAS DO RIO JAGUARÃO

O JAGUAR GRANDE





 

O nome do rio Jaguarão e da cidade homônima têm origem numa lenda indígena guarani.
Contavam os velhos pajés, quase em sussurros... Ao pé das grandes fogueiras... Em noite estrelada de verão... Cri-cri dos grilos e o clamar triste das corujas...
Naqueles tempos os guaranís eram donos desta terra. Não havia o homem branco com seu jeito difícil de lidar com a Mãe Terra... Yaguaru ou Yaguaron era um bicho horripilante, meio jaguar meio peixe. Do tamanho de um cavalo pequeno. Pêlo espesso como o da capivara. Boca crivada de dentes, como os da traíra; pontudos e afiados como os espinhos da coronilha. Tinha os olhos flamejantes que brilhavam na escuridão. Seu urro parecia sair das profundezas do inferno... Adorava ver correr sangue. Para tocaiar suas presas, homens, mulheres e até curumins, usava de um estratagema: com suas garras grandes como espadas, fazia enormes buracos, entre as barrancas; junto às margens do rio. Quando a vítima, incauta, passava por tal armadilha, seu peso fazia a mesma desabar. Era mais um desgraçado! Matava dois, três, quatro ou mais... Só por prazer. Comia, de algum deles, somente os pulmões. O bicho era o terror dos índios.
Os guaranis fizeram várias buscas para matá-lo. Procuraram, perto da nascente, no meio das pedras, junto aos camalotes e nada. Na mata fechada, que existia, naqueles tempos, perto da foz... Nem rastro... Até na Mirim andaram a procura do bicho!... Nada encontraram... O Yaguaru tinha sumido? Ninguém sabe... Talvez ele esteja nalguma barranca, nas curva do Rio Jaguarão, junto aos sarandizais esperando mais uma vítima.

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